VII JIPA (2023)
Conheça a Programação e os GTs da VII Jornada de Integração e Pesquisa Acadêmica/JIPA 2023.
Boas-vindas ao Corpo Social da ESS
Querida comunidade acadêmica da Escola de Serviço Social,
Aqui estamos às vésperas de um novo período letivo (2023-1) prenhe de possibilidades e de novas questões.
O ano de 2023 chegou e, com ele, a perspectiva de um semestre mais próximo do que tínhamos costume. O ano nos trouxe a perspectiva de tempos menos sombrios do que os que tivemos nos últimos anos, embora a face do conservadorismo permaneça tentando nos roubar a perspectiva de políticas sociais mais eficientes e financiadas pelo Estado, a possibilidade de construção de uma esfera pública realmente democrática, a aposta numa produção científica orientada para a produção de melhores condições de vida, além de muitos outros direitos conquistados a sangue, pelas pessoas pobres, trabalhadoras e, muitas vezes, discriminadas em nosso país.
Sofremos ainda hoje, os efeitos de termos sido todas e todos, de alguma forma, vítimas de uma pandemia brutal e, também, das respostas a ela, muitas vezes pífias, equivocadas e contraditórias, promovidas pelo então governo federal. Tudo isso, também nos afetou como trabalhadoras/es e estudantes. Sob sofrimento, fomos tangidas/os à necessidade de adaptação a novas formas de concepção e execução de todas as atividades acadêmicas com novas rotinas, incluindo eventos técnico-científicos e atividades de estágio supervisionado. Isso teve um preço em termos de sofrimento, inclusive mental, coletivamente. Tudo isso tem nos exigido muito trabalho para manter nossa Universidade - senão plena - ao menos capaz, de manter suas atividades de excelência no campo do ensino, da pesquisa, da extensão e da prestação de inúmeros outros serv iços.
Nossa Escola, também sofreu esses efeitos, vivemos um período de muita escassez de recursos elementares para reformas e aquisição de equipamentos fundamentais para o bem-estar de nossa comunidade e para a execução de nossas atividades, de tensões internas, de atrasos salariais das/os trabalhadoras/es terceirizadas/os e de muitos adoecimentos. Apesar disso, tivemos a alegria de formar novas turmas que a despeito de tudo isso, tem experimentado, a força que tem uma formação profissional adquirida numa universidade pública e socialmente referenciada, realizamos adaptações curriculares importantes visando a acreditação das atividades de extensão, temos cada vez mais alunas/os com deficiência, além de vermos nossa ESS cada vez mais democratizada pela presença de uma diversidade de pessoas: diversidade étnico-racial, de gênero, de fraç&otil de;es de classe, de orientação sexual. Sem ilusões, temos diante de nós no país, a possibilidade de reconstrução de alguns dos direitos que foram suprimidos e, internamente, a perspectiva de eleições para a Reitoria e de outras transformações da Universidade, que embora não aconteçam em todas as universidades federais em moldes totalmente democráticos, trazem consigo novas possibilidades. Saudamos alegremente na ESS a posse recente de uma nova gestão do Centro Acadêmico José Paulo Netto.
Contudo, ainda que insuficientes, tivemos algumas boas notícias neste novo ano, como por exemplo, a atualização das bolsas de nossos/as estudantes e de recomposição parcial das perdas salariais que tivemos como servidores/as públicos/as nos últimos sete anos sem recomposição e com inflação.
Como gestoras/es desta IFES, todavia, estamos cientes de que não trafegamos em águas tranquilas. Muito continuará a ser exigido de nós, sejamos alunas/os, técnicas/os-administrativas/os, supervisoras/es de estágio, professoras/es. Temos muitos desafios complexos para cumprir nossos objetivos. Para isso, reiteramos a importância do empenho de toda esta comunidade no fortalecimento de um projeto coletivo para a Escola de Serviço Social, contra toda força que impele a universidade para os caminhos exclusivos da tecnociência e das carreiras pensadas apenas individualmente. Que continuemos ocupando nosso espaço físico com vitalidade, aceitando os desafios de assumir as incumbências que permitem a nossa escola continuar existindo com essas características e buscando construir nesse microcosmo e, para além dele, um ambiente de trabalho, estudo e prestação de serviços qu e seja confortável e marcado por relações solidárias. Que a nossa alegria de estar aqui, cumprindo nosso papel histórico seja renovada, apesar das tristezas que ainda nos atordoam e, lembremo-nos das palavras da poeta Adélia Prado no poema "Toada":
"Cantiga triste, pode com ela é quem não perdeu a alegria."
Um excelente 2023!
Conselho Diretor da ESS
RECESSO ACADÊMICO DE CARNAVAL
Comunicamos a todas e todos que, excepcionalmente, tendo em vista o calendário das atividades acadêmicas e administrativas para os dias 18, 20 e 22/02 (sábado, segunda-feira e quarta-feira - feriado de Carnaval e Cinzas), não haverá atividade presencial na Unidade nos seguintes dias: 16 e 17/02 (quinta-feira e sexta-feira), dias em que o atendimento será prestado na modalidade remota, assim como nos dias 23 e 24/02 (quinta-feira e sexta-feira).
As atividades presenciais na Unidade serão retomadas no dia 27/02 (segunda-feira).
Bom Carnaval a todas e todos.
Direção da Escola de Serviço Social
NOTA DO CONSELHO DIRETOR (ESS-UFRJ)
O Conselho Diretor da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ESS/UFRJ), repudia os atos de vandalismo de caráter neofascista e golpista deferidos contra as liberdades democráticas e o patrimônio histórico e artístico nacional. No domingo, 08 de janeiro de 2023, em Brasília, acompanhamos pelos meios de comunicação a invasão e depredação das sedes dos três poderes da república, que foram seguidos por tentativas de bloqueios em refinarias de petróleo e, ainda, por sabotagens em redes de fornecimento de energia. Todas essas ações tinham e tem por finalidade promover o caos e criar um ambiente propício a uma mudança de regime político no país, de tipo ditatorial e autoritário, violando direitos e liberdades democráticas conquistadas. Nossa Escola – casa onde frutificou a contribuição científica de Carlos Nelson Coutinho, intelectual que nos ensinou e muito fomentou com as suas reflexões sobre o verdadeiro valor da democracia e, mais do que isso, fez compreender que são os/as explorados/as e oprimidos/as os/as que, com grandes sacrifícios e lutas sociais, a forjaram e a constroem ao longo da História – , não poderia deixar de se manifestar e alertar a comunidade científica e a sociedade brasileira para o perigo que a ofensiva neofascista, e sua verve irracionalista, representa para a maioria do povo brasileiro, para o sistema nacional de ensino e pesquisa, para a saúde publica, o meio ambiente, a cultura, as mulheres, os povos tradicionais e racializados, a comunidade LGBTQIA+ e para o futuro do Brasil. O neofascimo é uma política da morte e sua tipificação muitas vezes elude o arcabouço legal disponível. Por isso, é necessário aprender com a História do século XX, criando e fazendo efetivos os meios para uma apuração e punição exemplares dos responsáveis diretos e indiretos, mandantes, financiadores e agentes públicos que, por ação ou omissão, foram mentores intelectuais, permitiram, estimularam ou praticaram os violentos e atentatórios atos contra a democracia, garantindo os devidos processos criminais, civis e políticos. A legislação brasileira deve prever e tipificar o neofascimo de modo a que atos desta natureza, que em tudo diferem de manifestações por direitos sociais e coletivos com sentido emancipatório, não possam se perpetrar sem uma devida tipificação penal, criminal e política. No passado recente, a ideologia neofascista foi propagandeada desde os mais altos postos da hierarquia de poder no Brasil, especialmente por meio das manifestações e iniciativas reiteradas que não objetivam compromissos societários. Tais posturas estiveram ancoradas na conivência de outros poderes. Agora, aquelas palavras converteram-se em atos de terrorismo político. Pensamos que é preciso dar um basta a leniência nas diversas esferas de poder e que uma resposta institucional a altura deve ser impulsionada por mobilizações organizadas pela classe trabalhadora, a exemplo das lutas pela democracia que deram fim a ditadura empresarial-militar no Brasil. Por tudo isso, a Escola de Serviço Social da UFRJ, ancorada em sua própria tradição bem como pelos parâmetros ético-políticos do Serviço Social crítico, se soma a todos os esforços em defesa da democracia, exige apuração e punição dos responsáveis e alerta a comunidade para que se mantenha atenta e mobilizada.
Conselho Diretor da Escola de Serviço Social da UFRJ Rio de Janeiro,
17 de janeiro de 2023.