O I Curso de Extensão "Saúde da população negra e o trabalho multidisciplinar no Sistema Único de Saúde (SUS)" deu início as suas atividades com a primeira aula (presencial) no dia 09/10, no Campus da Praia Vermelha — auditório Pedro Calmon. Com a participação das assistentes sociais Roseli Rocha e Bárbara Macedo, debatemos acerca da Política da População Negra e o Trabalho Multidisciplinar no Sistema Único de Saúde (SUS).
A oportunidade de ministrarmos esse curso na escola de Serviço Social, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, parte de uma iniciativa política e antirracista, pois o objetivo do curso ganha concretude pela possibilidade e potencialidade de construir saberes de modo coletivo, a fim de contribuir com uma formação mais qualificada e atualizada dos multiprofissionais, residentes, ativistas e estudantes que compõem o curso.
Pensar a equidade e integralidade nos espaços de promoção de saúde torna-se cada vez mais urgente e necessário, pois ainda que a população negra seja a maioria que utiliza o SUS, tal população também é a que mais sofre as consequências do sucateamento e da não observação das diretrizes dessa política.
A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, é um marco histórico e uma conquista política pois identifica o reconhecimento do racismo institucional que promove desigualdades sendo um determinante social no acesso à saúde.
Durante a ministração das palestrantes, um dado em comum abordado foi o alerta para a importância da implicação do quesito raça/cor, que refere sobre a autodeclaração racial, ou seja, o direito da pessoa que acessa aos serviços de saúde dizer como ela reconhece seu pertencimento de cor: preta, parda, branca, indígena e amarela.
Contudo, enfrentamos muitos desafios para a implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, que vai desde sucessivas estratégias históricas de embranquecimento da população brasileira, onde a mesma não consegue se reconhece como pretas ou pardas, até a falta do investimento em capacitação dos profissionais que estão nas instituições de saúde. É importante ressaltar que a autodeclaração racial não serve como um mero um preenchimento, ela vai ser utilizada para fins de políticas públicas que prevê respostas mais equânimes rumo a diminuição das iniquidades que impactam a saúde da população negra na sociedade.
Texto elaborado pelas extensionistas: Victória Lavor, Layla Fernandes e Létícia Vilas Boas