A Congregação da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) manifesta sua indignação e seu repúdio no que concerne ao inquérito administrativo impetrado contra a Professora Marilda Iamamoto pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
A Professora Marilda Iamamoto, atualmente aposentada, foi Professora Titular de nossa Escola entre 1988 e 1997, ministrando disciplinas na Graduação e Pós-Graduação, formando novos quadros profissionais extremamente qualificados e comprometidos com a tradição da Teoria Crítica no Serviço Social.
Possui uma brilhante trajetória no Ensino Superior e uma vasta contribuição acadêmica no campo do Serviço Social, não apenas no Brasil, mas também na América Latina – sendo Professora Visitante no Chile, na Argentina, na Costa Rica e em Honduras. Com uma produção bibliográfica de largo fôlego, cujos principais títulos estão traduzidos para o espanhol, a Profª. Marilda Iamamoto foi a principal responsável pela desvinculação teórica da matriz conservadora no Serviço Social, a partir de sua obra seminal em conjunto com Raul de Carvalho, Relações Sociais e Serviço Social no Brasil – hoje de leitura obrigatória para a profissão.
Participante ativa de entidades da categoria no Brasil e no exterior, ajudou a construir as Diretrizes Curriculares do Serviço Social, concluída em 1996, época em que foi assessora da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS). A partir deste documento, se ratifica o conjunto dos fundamentos necessários à formação de um perfil profissional crítico, competente e comprometido com valores emancipatórios tão necessários à nossa sociedade.
Pelo reconhecimento de sua carreira acadêmica e compromisso durante décadas com o Serviço Social, em 2018 a Profª. Marilda Iamamoto foi condecorada pela Associação Internacional de Escolas de Serviço Social (AIETS) com o prêmio Katherine Kendall.
Toda esta brilhante e coerente trajetória sempre teve como fulcro a defesa intransigente dos direitos humanos e uma concepção humanista radical, o que está completamente na contramão das acusações que lhe são impetradas.
Desta forma, a Escola de Serviço Social e seu corpo docente juntam-se a tantas outras instituições de ensino e de representação profissional no repúdio ao ataque que a professora vem sofrendo e espera que tal situação seja brevemente resolvida a partir do arquivamento do processo movido contra a docente.
Rio de Janeiro, 05 de dezembro de 2024.
Congregação da Escola de Serviço Social/UFRJ